quarta-feira, 28 de abril de 2010

Mais sobre Allfabetização




Mesmo antes de saber ler e escrever convencionalmente, a criança elabora hipóteses sobre o sistema de escrita.

As pesquisas sobre a psicogênese da língua escrita, realizadas por Emilia Ferreiro e Ana Teberosky no fim dos anos 1970 e publicadas no Brasil em 1984, mostraram que as crianças constroem diferentes ideias sobre a escrita, resolvem problemas e elaboram conceituações.

Aí entra o que pode ser considerado uma palavra, com quantas letras ela é escrita e em qual ordem as letras devem ser colocadas. "Essas hipóteses se desenvolvem quando a criança interage com o material escrito e com leitores e escritores que dão informações e interpretam esse material.
No livro Aprender a Ler e a Escrever, Ana Teberosky e Teresa Colomer ressaltam que as "hipóteses que as crianças desenvolvem constituem respostas a verdadeiros problemas conceituais, semelhantes aos que os seres humanos se colocaram ao longo da história da escrita". o desenvolvimento "ocorre por reconstruções de conhecimentos anteriores, dando lugar a novas construções".

Diagnosticar o que os alunos sabem, quais hipóteses têm sobre a língua escrita e qual o caminho que vão percorrer até compreender o sistema e estar alfabetizados permite ao professor organizar intervenções adequadas à diversidade de saberes da turma. O desafio é propor atividades que não sejam tão fáceis a ponto de não darem nada a aprender, nem tão difíceis que se torne impossível para as crianças realizá-las.
As quatro hipóteses Ferreiro e Teberosky observaram que, na tentativa de compreender o funcionamento da escrita, as crianças elaboram verdadeiras "teorias" explicativas que assim se desenvolvem: a pré-silábica, a silábica, a silábico-alfabética e a alfabética.

As conclusões desse estudo são importantes do ponto de vista da prática pedagógica, pois revelam que os pequenos já começaram a pensar sobre a escrita antes mesmo de ingressar na escola e que não dependem da autorização do professor para iniciar esse processo.

Aqueles que não percebem a escrita ainda como uma representação do falado têm a hipótese pré-silábica.
Ela se caracteriza em dois níveis. No primeiro, as crianças procuram diferenciar o desenho da escrita, identificando o que é possível ler.

Já no segundo nível, elas constroem dois princípios organizadores básicos que vão acompanhá-las por algum tempo durante o processo de alfabetização: o de que é preciso uma quantidade mínima de letras para que alguma coisa esteja escrita (em torno de três) e o de que haja uma variedade interna de caracteres para que se possa ler.

Para escrever, a criança utiliza letras aleatórias (geralmente presentes em seu próprio nome) e sem uma quantidade definida.

Quando a escrita representa uma relação de correspondência entre a grafia e as partes do falado, a criança se encontra na hipótese silábica.
O aluno começa a atribuir a cada parte do falado (a sílaba oral) uma grafia, ou seja, uma letra escrita. Essa etapa também pode ser dividida em dois níveis: no primeiro, chamado silábico sem valor sonoro, ela representa cada sílaba por uma única letra qualquer, sem relação com os sons que ela representa.
No segundo, o silábico com valor sonoro, há um avanço e cada sílaba é representada por uma vogal ou consoante que expressa o seu som correspondente.
A hipótese silábico-alfabética corresponde a um período de transição no qual a criança trabalha simultaneamente com duas hipóteses: a silábica e a alfabética.

Ora ela escreve atribuindo a cada sílaba uma letra, ora representando as unidades sonoras menores, os fonemas.

Quando a escrita representa cada fonema com uma letra, diz-se que a criança se encontra na hipótese alfabética.
"Nesse estágio, os alunos ainda apresentam erros ortográficos, mas já conseguem entender a lógica do funcionamento do sistema de escrita alfabético".

(Revista Nova Escola/OUTUBRO DE 2008)

Por que as crianças devem aprender a escrever com letra de fôrma para depois passar para a cursiva?

Esta escolha está relacionada ao processo de construção das hipóteses da escrita.

Durante a alfabetização inicial, os pequenos trabalham pensando quais e quantas letras são necessárias para escrever as palavras.

As letras de fôrma maiúsculas são as ideais para essa tarefa, já que são caracteres isolados e com traçado simples - diferentemente das cursivas, emendadas umas às outras.

O aprendizado das chamadas "letras de mão" deve ser trabalhado com crianças alfabéticas, que já têm a lógica do sistema de escrita organizada.

Antes de estarem alfabetizadas, elas entram em contato naturalmente com as letras cursivas e as de fôrma minúscula e até podem ser apresentadas a elas, desde que tal contato fique restrito à leitura.
(Nova Escola/Novembro de 2008)

o Jogo na Educação


· Há diferença entre Jogo e o Material Pedagógico?

· O jogo educativo empregado em sala de aula é realmente jogo?

Jogo educativo

- Surge no século XVl (Primeiros estudos em Roma e Grécia antigas)
- Platão “importância de aprender brincando”

- Romanos “jogos destinados ao preparo físico”

- Entretanto é com Froebel, o criador do jardim de infância que o jogo passa a fazer parte do currículo de educação infantil.

Importância do Jogo educativo

A utilização de jogos educativos tende a melhorar o processo ensino-aprendizagem e proporcionar ao aluno uma maneira lúdica de aprender.
Segundo Silveira “os jogos educativos podem despertar no aluno: motivação, estimulo, curiosidade, interesse em aprender (...) o aluno constrói seu conhecimento de maneira lúdica e prazerosa”.

O Significado atual do jogo na educação

O objetivo do jogo educativo é o equilíbrio entre duas funções:

1. Função lúdica – o jogo propicia a diversão, o prazer e até o desprazer quando escolhido voluntariamente.
2. Função educativa – o jogo ensina qualquer coisa que complete o individuo em seu saber, seus conhecimentos, e sua apreensão do mundo (Campagne, 1989, p.112).


Alguns critérios são importantes para garantir a essência do jogo na escola:

1. O valor experimental – permitir a exploração e a manipulação;

2. O valor da estruturação – dar suporte à construção da personalidade infantil;
3. O valor de relação – colocar a criança em contato com seus pares e adultos, com objetos e com o ambiente em geral para propiciar o estabelecimento de relações;

4. O valor lúdico – avaliar se os objetos possuem as qualidades que estimulam o aparecimento da ação lúdica.



(Ana Paula/ UFPE, 2008)